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quarta-feira, 10 de abril de 2013

CRISE



Em momentos de crise, perdemos de vista o que ficou para trás e o interesse pelo que vem depois. Ficamos ocupados com o momento e com a sua gravidade. Só vemos o lado escuro das coisas e o quanto ainda teremos que penar.
A nossa reação perante algum advento mais adverso é economizar. Começamos a economizar o presente, enquanto arquivamos as experiências passadas, que nos revelaria ser esta, apenas mais uma crise, entre muitas outras que virão na normal correria das sociedades ditas modernas.

Os momentos de dificuldade também são os momentos de reflexão, para olhar de fora e pensar no que mudar do lado de dentro. Não existe oportunidade se não existir adversidade. Quando tudo vai bem, não há progresso real, apenas progresso natural. Alguém já disse que a necessidade é a mãe das invenções.

O problema é que a incerteza nos atormenta, pois não estamos preparados para alojar o futuro desconhecido que nos bate à porta.
Mas crises podem ser profiláticas se aplicadas diretamente no nosso ego.
Não são os maiores, nem os mais fortes que sobrevivem às crises. Os que sobrevivem e permanecem são os que mais depressa se adaptam.

As oportunidades circulam à nossa volta, por isso precisamos de estar atentos e sintonizados para as decifrar, interpreta-las e apanha-las em andamento.

Li recentemente uma entrevista de um atual CEO e herdeiro de um grande grupo empresarial que foi fundado pelo seu avô que era ferrador. Na segunda década do seculo passado, mudou-se do campo para a periferia da cidade, à procura de uma melhor vida. Cedo se apercebeu que dia para dia eram menos os cavalos e mais os automóveis. Na igreja onde religiosamente ia todos os domingos, reparou numa figura sagrada esculpida em madeira  com uma perfeição impressionante. O que mais lhe chamou atenção foram as sandálias que o artesão tinha esculpido em madeira e que calçavam o santo.
Em pouco tempo passou de calçador de cavalos para o maior fabricante de calçado da cidade. Embora praticamente analfabeto fundou um império. Segundo o seu neto uma reclamação de um cliente era um motivo para o seu avô melhorar, fazer melhor, aperfeiçoar. Para o seu avô não se tratava só de fabricar calçado, tratava-se de satisfazer as necessidades dos seus clientes. O que para uns seria um motivo de desânimo para ele era um motivo de melhoria.
Tudo começou na antecipação a uma adversidade e onde todos viam uma bela estatueta em madeira, alguém reparou num potencial negócio.

Mas para mim, o melhor exemplo de que devemos estar sempre atentos é o do homem mais rico do mundo Carlos Slim (mexicano). Em recente entrevista disse que encontrou a sua grande inspiração para os negócios na revista Playboy, entre fotos de raparigas nuas, num artigo de Jean Paul Getty.

Já alguém reparou que a Playboy tinha artigos?
Pois, estejam atentos.

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